Células-tronco: liberação, definições comuns e ponto de vista cristão



A Decisão do STF

Nesta quinta-feira, dia 29/05, o Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou constitucional o artigo 5º da Lei 11.105/2005 (Lei de Biossegurança) que permite a realização pesquisa e terapia com células-tronco embrionárias. Por maioria de votos, os ministros julgaram improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3510 ajuizada pela Procuradoria Geral da República para contestar o uso de embriões humanos para tais finalidades.

Definindo células-tronco & pesquisas
As células-tronco embrionárias são consideradas esperança de cura para algumas das doenças mais mortais, porque podem se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano. Elas são de diversos tipos e um verdadeiro tesouro, pois podem originar outros tipos de células e promover a cura de diversas doenças como o câncer, o Mal de Alzeimer e cardiopatias. Estamos falando das células-tronco, foco de discussões entre cientistas, leigos e políticos.

Entretanto, o método de sua obtenção é polêmico, porque a maioria das técnicas implementadas nessa área exigem a destruição do embrião após as pesquisas.
Para que servem as células-tronco?
Uma das principais aplicações é produzir células e tecidos para terapias medicinais. Atualmente, órgãos e tecidos doados são freqüentemente usados para repor aqueles que estão doentes ou destruídos. Infelizmente, o número de pessoas que necessitam de um transplante excede muito o número de órgãos disponíveis para transplante. E as células pluripotentes oferecem a possibilidade de uma fonte de reposição de células e tecidos para tratar um grande número de doenças incluindo o Mal de Parkinson, Alzheimer, traumatismo da medula espinhal, infarto, queimaduras, doenças do coração, diabetes, osteoartrite e artrite reumatóide.

Onde as células-tronco podem ser encontradas?

Em embriões recém-fecundados (blastocistos), criados por fertilização in vitro - aqueles que não serão utilizados no tratamento da infertilidade (chamados embriões disponíveis) ou criados especificamente para pesquisa; embriões recém-fecundados criados por inserção do núcleo celular de uma célula adulta em um óvulo que teve seu núcleo removido - reposição de núcleo celular (denominado clonagem); células germinativas ou órgãos de fetos abortados; células sanguíneas de cordão umbilical no momento do nascimento; alguns tecidos adultos (tais como a medula óssea) e células maduras de tecido adulto reprogramadas para ter comportamento de células-tronco.

Qual é a diferença entre célula-tronco embrionária e célula tronco adulta?

Célula-tronco embrionária (pluripotente) são células primitivas (indiferenciadas) de embrião que têm potencial para se tornarem uma variedade de tipos celulares especializados de qualquer órgão ou tecido do organismo. Já a célula-tronco adulta (multipotente) é uma célula indiferenciada encontrada em um tecido diferenciado, que pode renovar-se e (com certa limitação) diferenciar-se para produzir o tipo de célula especializada do tecido do qual se origina.

As células-tronco podem ajudar na terapia de quais doenças? Como os tratamentos são feitos?

Algumas doenças que seriam beneficiadas com a utilização das células tronco embrionárias são: Câncer - para reconstrução dos tecidos; Doenças do coração - para reposição do tecido isquêmico com células cardíacas saudáveis e para o crescimento de novos vasos; Osteoporose - por repopular o osso com células novas e fortes; Doença de Parkinson - para reposição das células cerebrais produtoras de dopamina; Diabetes - para infundir o pâncreas com novas células produtoras de insulina; Cegueira - para repor as células da retina; Danos na medula espinhal - para reposição das células neurais da medula espinal; Doenças renais - para repor as células, tecidos ou mesmo o rim inteiro; Doenças hepáticas - para repor as células hepáticas ou o fígado todo; Esclerose lateral amiotrófica - para a geração de novo tecido neural ao longo da medula espinal e corpo; Doença de Alzheimer - células-tronco poderiam tornar-se parte da cura pela reposição e cura das células cerebrais; Distrofia muscular - para reposição de tecido muscular e possivelmente, carreando genes que promovam a cura; Osteoartrite - para ajudar o organismo a desenvolver nova cartilagem; Doença auto-imune - para repopular as células do sangue e do sistema imune; Doença pulmonar - para o crescimento de um novo tecido pulmonar.

O ponto de vista cristão sobre o tema
Apesar dos argumentos científicos basearem-se em experiências comprovadas (no caso das células-tronco, a comprovação da possibilidade de revolução na medicina), os cristãos levam em conta todo o conselho de Deus registrado nas páginas das escrituras sagradas - a bíblia - como fonte de autoridade, que por sua vez, possui seus principais argumentos relacionados a vida comprovados pela própria ciência.
A vida inicia-se na fecundação. Sendo assim, os embriões que a partir de agora serão utilizados nas pesquisas não são meros objetos, mas vidas, ainda que em estágio inicial. O descarte desses embriões após as pesquisas na pratica não passa de destruição de vidas, o que faz com que a fertilização de fetos exclusivamente para pesquisas tornem-se verdadeira afronta a dignidade humana e direito a vida, e portanto, reprovável do ponto de vista cristão.
Sendo assim, chegamos a duas conclusões:
1) Reconhecemos os benefícios futuros da utilização de tais células, discordando da opinião de liberais e favoráveis as pesquisas de que a futura possibilidade da restauração da saúde de doentes sejam mais importantes do que a continuidade de existência de um simples embrião (assim, os dois casos possuem a mesma dignidade: a do doente, de ser curado, e a do embrião de prosseguir o processo natural de existência);
2) Os fundamentos da terra se abalam. A cada dia, o crescimento de ideais pós-modernistas contrários ao evangelho se intensificam, e por incrivel que pareça, a vida está perdendo seu sentido, ou então, sendo reduzida ao extremo por defensores destes ideais horriveis.
Sidnei Moura

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