Uma palavra sobre o Projeto Minha Esperança


Navegando por diversos sites, blogs e comunidades na internet nas semanas anteriores a exibição do Projeto Minha Esperança, deparei-me com a mais variadas manifestações de expressão e opinião do maior número de pessoas possivel que se pode imaginar. Assim sendo, deparei-me com críticas, elogios, manifestações de desconfiança e uma gama de preocupações em relação ao projeto, o que me levou a expressar a minha opinião sobre o assunto.

Em primeiro lugar, é necessário destacar o objetivo primordial do projeto. Billy Graham e sua associação evangelística chegaram a conclusão de que os meios de comunicação, aliado ao testemunho cristão de lares de diversos paises, com engajamento de entidades e igrejas de todo o mundo poderiam fazer a diferença em relação a conquista de novas almas para o Reino de Deus. Foi quando nasceu o Projeto Minha Esperança. O propósito, a partir de então, foi despertar os cristãos para a necessidade de um forte envolvimento, tendo a salvação das almas como prioridade.

Mas, como saber se o projeto realmente poderia prosperar? Seria a televisão um meio de comunicação eficaz para a propagação do evangelho? O testemunho cristão de cada lar, cada pessoa e cada igreja envolvida poderia ser uma ferramenta capaz de auxiliar o processo de semeadura do evangelho aliado ao uso da tv? As respostas surgiram: em diversos países onde o projeto foi implementado, as conversões acompanharam o indice de engajamento de igrejas e lares que se propuseram a cooperar com a divulgação do evangelho pela tv. E chegou a vez do Brasil!

Segundo o que pode se depreender dos comentários que encontrei nos diversos sites, blogs e afins, além de outras conversas com amigos e irmãos, tanto favoráveis ao projeto como não favoráveis, foi a preocupação em torno do montante arrecadado e a viabilidade de seu investimento num projeto desse teor, além da eficácia da televisão no Brasil como meio de transmissão do evangelho, além da participação de "celebridades" do meio evangélico, como Aline Barros, e do meio esportivo como Kaká.

Concordo plenamente com algumas posições tomadas por algumas pessoas em relação a possibilidade de investimento financeiro em obras assistênciais e evangelismo pessoal. Precisamos nos concientizar de que como igreja, precisamos lançar mão do arado, aproveitando todas as oportunidades que tivermos para fazer com que o nome do Senhor seja anunciado. A assistência social da igreja deve estar presente acompanhando a pregação do evangelho. Tiago nos disse em sua epístola que, dentre as várias características da verdadeira fé, se destacava como indispensável a preocupação com os pobres e necessitados. Quando a igreja deixar de oferecer ajuda a quem de fato precisa, seja ela de caráter espiritual ou material, a mesma perderá a sua identidade de representante do reino de Deus na terra.

Quando se fala da presença evangélica em meios de comunicação como a televisão, logo de imediato uma imagem negativa é visualizada em nosso país. O motivo? A igreja não está usando o meio da forma como deveria usar, isso quando se utiliza dele. Programações como as das mais diversas confissões neopentecostais, e pasmem, até algumas ditas pentecostais, produzidas e apresentadas por lideres e ditos "expoentes" do evangelho no país utilizam-se do meio como forma de promover o marketing pessoal, fazendo um uso vergonhoso do evangelho como uma filosofia mercantilista e descompromissada com o objetivo primordial: a salvação de almas. Eu tive uma experiência negativa (que tranformou-se numa oportunidade positiva de mostrar o diferencial) durante esses dias de exibição do projeto: por ser estudantee estar na faculdade e não ter tido a oportunidade de acompanhar a programação no momento em que a Band exibia em rede nacional, convidei alguns amigos a assistirem em suas próprias casas, e fui indagado por alguns se a programação seria semelhante a costumeira exibição de programas televisivos de tais oportunistas do evangelho. Pareceu-me que as pessoas generalizaram a programação evangélica da televisão, associando-as aos programas pautados no retorno finaceiro de seus produtores ao ensinar a blasfema teologia da prosperidade, dentre outras aberrações.

Assim, surgiu a oportunidade de se mostrar, como disse, o diferencial da programação, que em contrapartida aos programas de tv que estamos acostumados a encontrar nos canais nacionais, priorizou de início ao fim a mensagem da cruz que transforma a vida do homem. Isso foi muito visível em todos os momentos do programa. Os clipes musicais, o testemunho das celebridades, quanto as imapctantes mensagens transmitidas por Billy e Franklim indicavam o cerne do evangelho: a salvação em Cristo, com objetividade e sem rodeios. Em relação a exibição do filme "Compromisso Precioso", a programação destacou-se soberanamente, pois vivemos um momento em que a televisão brasileira impreganada pelas foilosofias pós-modernistas fazem questão de tentar desmontar os valores eticos e da família, reduzindo-a a uma instituição ultrapassada e antiquada, bem como a descaracterização do amor romantico e casamento. Portanto, se há ressalvas ou descredito em relação a utilização dos meios de comunicação em massa por parte dos telespectadores ou por parte da igreja brasileira, o Projeto veio mostrar que é possivel ( e necessário) se fazer uso coerente da televisão para pregação do evangelho. Um exemplo que deveria ser seguido por Marco Feliciano, Silas Malafaia, R.R. Soares e Edir Macedo. O M E tinha propósito especifico: a pregação do evangelho, só não sabemos quais são as prioridades dos ditos televangelistas brasileiros. Ou melhor, o diferencial nos mostrou quais são.

Se as celebridades tem feito uso de seus talentos para beneficiarem a sí proprios, essa é uma questão pessoal que cada um precisa avaliar, sejam quem for. Afinal, a bíblia é muito clara neste aspecto, nos informando que no dia da prestação de contas muitos alegarão ter sido porta-vozes de Deus na terra, e serão simplesmente ignorados com a declaração contundente de Cristo: "Não vos conheço".

Concluindo este meu extenso ponto de vista, lembremo-nos do exemplo do apóstolo Paulo. Em suas pregações, ele fazia questão de dizer que tinha sob seus ombros a obrigação de fazer notório o evangelho da cruz, e por isso, estava disposto a anunciá-lo utilizando-se de todas as formas possiveis. A televisão, as creches, escolas, orfanatos, a abordagem pessoal, o testemunho pessoal, a internet, etc., são apenas algumas das ferramentas que a igreja precisa utilizar. O tempo urge. Na nossa caminhada, encontraremos aqueles que anunciam o evangelho por diversas motivações. cabe a nós avaliarmos os métodos, o conteudo da mensagem e a aplicação da mesma. A Deus caberá a recompensa para cada atitude tomada ou obra realizada.

Para finalizar, a Associação Billy Graham e as igrejas berasileiras engajadas no projeto cumpriram sua missão. Aquelas que por quaisquer motivos decidiram permanecer alheias a proposta de evangelismo do projeto perderam uma oportunidade de cooperar com a colheita de almas em nosso país. A minha oração é que agora, a igreja brasileira ao contabilizar os resultados obtidos pelo projeto cheguem a conclusão de uma conquista extraordinária de vidas salvas, os encaminhem ao discipulado bíblico e saudável, dê toda assistencia espiritual, moral, financeira, social e integradora a essas famílias, aprendam com as conquistas e possiveis falhas decorrentes de uma tarefa árdua que integrou um país continental, e que o modelo evangelístico, bem como o primordial propósito dos televangelistas brasileiros sejam repensados a luz da palavra de Deus.


Esta é a nossa, é a Minha Esperança!


Que o Senhor nos abençôe!
P.S.: Quero saber a sua opinião! Utilize os "Comentários", ou me escreva:

Comentários

  1. Sidnei

    Amigo, sua reflexão sobre o uso da televisão por parte da liderança evangélica é importante. E creio que ela deve ser mais aprofundada para um aproveitamento melhor deste assunto.

    Não gosto de comparações porque Deus nos fez seres individuais com características natas e objetivos definidos. Todos nós temos dons específicos para serem usados para a glória do Senhor e edificação da Igreja. Não acho certo analisar as pessoas com base em outras. “X é bom e Y é ruim porque trabalha de modo diferente de X”.

    Embora todos termos visto um trabalho evangelístico excelente, não considero prudente usar o Projeto Minha Esperança como modelo exemplar às lideranças cristãs brasileiras de como fazer televisão. O Ministério Billy Graham usou apenas três noites, sendo que em cada noite foram usados trinta minutos. Enquanto que o Ministério Silas Malafaia, atualmente, está no ar diariamente, sendo que no meio da semana são 5 horas seguidas, pela Bandeirantes. E no caso de RR Soares, é algo semelhante...

    Ambos, Pastor Silas Malafaia e RR Soares estão no ar há mais de duas décadas, sendo que os cultos para se manter no ar tem altos custos. Os dois evangelistas não dão espaço aos anunciantes seculares, tudo é financiado por patrocinadores evangélicos.

    Ponderemos: se há irmãos e irmãs abrindo a carteira e possibilitando por tempo tão longo que os dois estejam no ar é sinal de que existe um retorno espiritual naquilo que eles fazem. Ou será que devemos dizer como dizem os não-crentes, que os ofertantes são gentes idiotas manobrados por pastores aproveitadores da fé alheia?

    O Ministério Billy Graham lançará em DVDs as três noites que foram transmitidas o Minha Esperança – Brasil pela Bandeirantes. E o material servirá para cobrir os custos. Compremos, e usemos para ganhar almas ao Senhor Jesus.

    Abraço.

    Eliseu Antonio Gomes
    http://belverede.blogspot.com

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  2. Oportuna suas ponderações sobre o Minha Esperança Brasil. Suas críticas aos tele-evangelistas tupiniquins refletem uma triste realidade...
    Amplexos

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  3. Eliseu,

    Obrigado pela sua visita e exposição de su opinião sobre o assunto. Gostaria apenas de salientar o seguinte:

    1) Quando me referi a utilização do Projeto Minha Esperança como modelo para o televangelismo brasileiro, ou como exemplo para nossa liderança, me referi não a estrutura ou formato da programação, mas sim ao seu objetivo. O ME conseguiu, de forma espetacular, fazer em meia hora de programa em apenas 2 noites, o q alguns televangelistas citados no post não o fazem, apesar de até controlarem emissoras, grades de programação e excelentes horários. Quanto a exemplo para a liderança, porque já é hora de repensarmos se estamos de fato investindo o dinheiro sofrido de pessoas trabalhadoras em causas q realmente tenham compromisso com o Reino de Deus;

    2)Obviamente, sucesso nunca foi marca da aprovação divina a um projeto. Em pleno século XXI acompanhamos o grandioso progresso de seitas e movimentos nada ortodoxos, mesmo assim o número de filiados cresce vertiginosamente. Qual o motivo, então? Dentre eles, poderíamos afirmar sem medo de errar: a mensagem, os métodos, a contextualização é muito atraenete. Sabemos q o homem está sempre a procura daquilo que quer ouvir, e não do que realmente precisa ouvir;

    3) e, além de todo mercantilismo que de fato existe no meio evangélico com produções trabalhadas apenas com a intenção de comercialização, o santo se destaca do profano em seu conteúdo. De fato, reitero seu conselho pois vale a pena adquirir os produtos que glorificam o nome do Senhor, além de serem ferramentas importantes para a arrecadação de fundos para se investirem de fato na salvação de almas.

    Abraço!

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  4. Amigo Cristian,

    Obrigado pela visita e participação. Minha intenção ao publicar este post foi exatamente verbalizar meus pensamentos e reflexões sobre o assunto. Sem dúvida, é chegada a hora de refletirmos sobre o que estamos ouvindo e vendo na televisão, ou, na pior das hipóteses, o que estamos financiando (as lideranças) de fato com o dinheiro de todos aqueles que amorosamente dizimam e ofertam na obra de Deus (todo cristão, como eu e você!).

    Abraço!

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