O Legado dos Pioneiros e Líderes da AD [1]
Missionário Otto Nelson
Para iniciar a série de tratados biográficos dos pioneiros e líderes do movimento pentecostal brasileiro, publico um breve comentário biográfico do Missionário Otto Nelson – um cidadão sueco que realizou no estado das Alagoas um dos mais profícuos trabalhos evangelísticos do país.
Para iniciar a série de tratados biográficos dos pioneiros e líderes do movimento pentecostal brasileiro, publico um breve comentário biográfico do Missionário Otto Nelson – um cidadão sueco que realizou no estado das Alagoas um dos mais profícuos trabalhos evangelísticos do país.

Porém, da mesma forma como bem cedo começaram a se manifestar as bênçãos de Deus entre o pequeno grupo, as perseguições e ameaças começaram. Satanás mobilizou todas as artimanhas para desencorajar o povo de Deus em Maceió. Porém, quando verificou que as ameaças não atemorizavam, enviou falsos profetas com mensagens desanimadoras. Quando o povo estava reunido para adorar a Deus, os falsos profetas, do lado de fora, gritavam: "Não vai, não vai, isso não vai". Queriam dizer que o trabalho ali não iria prosperar. Durante alguns anos, ninguém queria se aproximar dos crentes. Muitos os evitavam. Enquanto isso, os crentes se aproximavam de todos e, com graça e amor, semeavam as Boas-Novas.
Em 22 de outubro de 1922, Otto Nelson inaugurou o terceiro templo da AD no Brasil e o maior da denominação na época. Sua inauguração repercutiu em todo o Nordeste e atraiu para Maceió crentes de vários estados.
De 21 a 28 de outubro de 1923, Nelson realizou a primeira Convenção da AD em Alagoas, com a presença de irmãos e líderes de todo país. Por esse tempo, morreu um dos filhos do missionário, que naquela época residia no bairro de Bebedouro, em Maceió. Na hora de realizarem o enterro foram surpreendidos com a informação de que o sacerdote católico romano não permitia que a criança fosse sepultada no cemitério local. Além de se opor ao enterro, levantou a população contra os pregadores do Evangelho. Foi necessária a intervenção das autoridades para que o enterro fosse realizado. E isto só pôde acontecer à noite, sob escolta policial, pois de outra forma não poderiam enterrar o menino.
Em 1924, quanto toda a capital alagoana foi castigada por uma tremenda inundação que arrasou e arrastou na correnteza casas, pessoas, animais e móveis, Otto Nelson abriu suas portas para abrigar os crentes que perderam suas casas.
Em maio de 1930, o missionário entregou o pastorado da igreja a Algot Svenson e viajou para a Bahia. Lá, o trabalho também foi muito difícil. Seis meses de esforços foram necessários para realizar o primeiro batismo, com apenas quatro pessoas. "Aqui em Salvador ainda não podemos dar novas de grande progresso do trabalho, mas temos semeado a boa semente, e a temos regado com as nossas orações", escreveu Nelson. Tempos depois, tudo se modificou, de forma que os batismos se sucederam e a igreja cresceu.
Otto Nelson não cuidava só do trabalho na capital. Sua visão alcançava o interior do Estado. Em duas semanas em Valente, no município de Coité, mais de 20 pessoas aceitaram a Cristo. Treze pessoas foram batizadas nas águas e foi aberta ali uma congregação.
Nesse período, foi convidado pelos irmãos de Aracaju a oficializar a igreja sergipana, que ainda estava sendo formada. Em 18 de fevereiro de 1932, Otto Nelson chegou a Sergipe, inaugurou e oficializou a nova igreja, que ficou filiada à AD em Salvador até 1949, quando ganhou autonomia; batizou seis novos convertidos (a igreja ali só tinha 11 crentes na época) e celebrou a primeira Ceia do Senhor no Estado.
Durante seis anos, o missionário serviu à igreja baiana, a princípio na capital, e depois em todo o Estado. Em 1936, a igreja já estava em condições de promover sua primeira convenção estadual. Esse fato foi muito significativo e atestou o progresso do Evangelho na Bahia. Nos dias 27 de abril a 3 de maio de 1936, a igreja em Salvador hospedou a primeira Convenção da AD na Bahia, que também foi muito concorrida. Na ocasião, Otto Nelson deixou o pastorado da igreja para viajar à Suécia. Assumiu seu lugar o pastor Aldor Paterson
.
Em 1938, Otto Nelson viajou para Flores, em Buenos Aires, capital argentina, onde assumiu uma igreja. Em 18 de setembro de 1945, assumiu o pastorado da AD em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, sendo substituído em 1947 por missionário Nels Nelson. Tempos depois, foi a Montevidéu, Uruguai, dar continuidade à obra de Deus ali. Foi neste último país que dedicou boa parte do seu labor no fim de sua carreira missionária.
Ao retornar à Suécia, apesar de sua longa idade, gozava de perfeita saúde e em pleno vigor continuava a pregar a Palavra de Deus, viajando por todo país. Otto Nelson partiu para o descanso eterno descanso eterno em 5 de dezembro de 1982, aos 91 anos.
Foto: Otto Nelson e família
Ah, quem dera fôssemos todos como o missionário Otto...que homem dedicado e exemplar.
ResponderExcluirAs lutas foram grandes, mas o ministério cresceu e está aí para continuar o desejo de Deus: atrair o homem para o amor expresso através da cruz!!!
A cada nova postagem, um excelente conhecimento! Parabéns, irmão Sidnei! Quem dera todos os blogs cristãos tivessem esta mesma excelência...
Fique na paz do Senhor Jesus.